A 26ºª edição do CURSO IRDI: detecção precoce de risco psíquico e estrutura não decidida na infância, com Julieta Jerusalinsky e Maribél de Salles de Melo, realizada nos cursos de verão do Instituto Travessias da Infância: Centro de Estudos Lydia Coriat SP, nos dias 14, 15 e 16 de janeiro de 2022, na modalidade síncrona on-line, contou com a participação de 57 profissionais inscritos de todo o país, com apoio da REDE-BEBÊ e Espaço Escuta.
Segue este curso o de Extensão AP3+ASPECTOS INSTRUMENTAIS (3 a 6 anos): contribuições psicanalíticas ao acompanhamento e avaliação interdisciplinar da pequena criança, ministrado por: Alfredo Jerusalinsky (psicanalista, coordenador científico da Pesquisa IRDI/AP3), Cristina J. C. Almeida (fonoaudióloga, especialista em estimulação precoce), Julieta Jerusalinsky (psicanalista, especialista em estimulação precoce, pesquisadora do IRDI), Maribél de Salles de Melo (psicanalista, especialista em estimulação precoce, pesquisadora do IRDI) e Zulema Garcia Yañez (fonoaudióloga, psicomotricista e terapeuta em psicopedagogia inicial), de 17 a 22 de janeiro de 2022.
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IRDI e AP3+AI: Instrumentos que sustentam a 1ª infância como um tempo de estruturação
Diante das consequências da pandemia, em que os cuidados com os bebês e pequenas crianças ocorreram em isolamento social com uma privação da extensão dos laços, bem como das funções materna e paterna que não se sustentam de modo isolado ou individual, é preciso cuidarmos da infância. Em lugar de submeter os bebês, as pequenas crianças e seus pais a instrumentos de avaliação patologizantes, é necessário produzir experiências de vida que cultivem as formações estruturantes do sujeito na infância: o brincar e o estatuto ficcional, a construção da imagem corporal e o desenho, a curiosidade que move a pulsionalização epistêmica na aprendizagem, a transmissão da lei que permite a relação com os semelhantes com lugar à alteridade, a sustentação da fala como produção por meio da qual a criança possa se representar de modo desejante na linguagem. Em tempos ainda mais precoces, as aquisições de um bebê dependem da inscrição do prazer e o desprazer que se produz no laço com os outros, pelos circuitos pulsionais do olhar, da voz, dos rítmos que se inscrevem regulando as alternâncias de sono-vigília, fome-saciedade, tensão-relaxamento, atividade-passividade corporal. O IRDI (0-18 meses) e o AP3+ AI (3 a 6 anos) são instrumentos de acompanhamento da primeira infância que atrelam o desenvolvimento infantil às formações estruturantes do sujeito do inconsciente na infância. Por meio deles é possível detectar o que não vai bem, intervindo a tempo para favorecer a estruturação. Através de indicadores que convocam a uma leitura em contexto da produção do bebê e da pequena criança em relação com os outros, o IRDI e o AP3+AI transmitem transdisciplinarmente com seus indicadores contribuições psicanáliticas para todos aqueles profissionais (da saúde, da educação e da assistência) que compartilhem do paradigma de que as estruturas não estão decididas na infância, nem orgânica nem psiquicamente. Os bebês e as pequenas crianças em sofrimento psíquico têm padecido de uma exclusão das redes de atendimento por falta de visibilidade. Por isso torna-se decisivo um olhar e escuta atentos ao sofrimento psíquico nesse momento da vida que não deixem o tempo passar ou que precipitem psicodiagnósticos apressados em um desrespeito da condição própria da infância. Quando há um sofrimento psíquico na primeira infância é preciso detectar e intervir pois intervir a tempo pode mudar os rumos da estruturação. É desde este paradigma que trabalhamos na construção e transmissão desses instrumentos bem como na REDE-BEBÊ convidando participar todos aqueles colegas que quiserem compartilhar da sustentação da aposta na infância como um momento de estruturação.
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