A 28ºª edição do CURSO IRDI: detecção precoce de risco psíquico e estrutura não decidida na infância, com Julieta Jerusalinsky e Maribél de Salles de Melo, será realizada nos cursos de inverno do Instituto Travessias da Infância: Centro de Estudos Lydia Coriat SP, nos dias 1, 2 e 3 de julho de 2022, na modalidade síncrona on-line, com apoio da REDE-BEBÊ e Espaço Escuta.
Segue a este curso, o de extensão, AP3+ASPECTOS INSTRUMENTAIS (3 a 6 anos): contribuições psicanalíticas ao acompanhamento e avaliação interdisciplinar da pequena criança, ministrado por: Alfredo Jerusalinsky (psicanalista, coordenador científico da Pesquisa IRDI/AP3), Cristina J. C. Almeida (fonoaudióloga, especialista em estimulação precoce), Gabriela Fossati Amaral (Psiquiatra da Infância e da Adolescência/ Saúde Pública), Julieta Jerusalinsky (psicanalista, especialista em estimulação precoce, pesquisadora do IRDI), Maribél de Salles de Melo (psicanalista, especialista em estimulação precoce, pesquisadora do IRDI) e Zulema Garcia Yañez (fonoaudióloga, psicomotricista e terapeuta em psicopedagogia inicial) de 18 a 23 de julho, com desconto para os inscritos em ambos.
> Edit: A 28ªedição do curso IRDI contou com a participação de 66 inscritos.
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IRDI e AP3+AI: Instrumentos que sustentam a 1ª infância como um tempo de estruturação
Diante das consequências da pandemia, em que os cuidados com os bebês e pequenas crianças ocorreram em isolamento social com uma privação da extensão dos laços, bem como das funções materna e paterna que não se sustentam de modo isolado ou individual, é preciso cuidarmos da infância. Em lugar de submeter os bebês, as pequenas crianças e seus pais a instrumentos de avaliação patologizantes, é necessário produzir experiências de vida que cultivem as formações estruturantes do sujeito na infância: o brincar e o estatuto ficcional, a construção da imagem corporal e o desenho, a curiosidade que move a pulsionalização epistêmica na aprendizagem, a transmissão da lei que permite a relação com os semelhantes com lugar à alteridade, a sustentação da fala como produção por meio da qual a criança possa se representar de modo desejante na linguagem. Em tempos ainda mais precoces, as aquisições de um bebê dependem da inscrição do prazer e o desprazer que se produz no laço com os outros, pelos circuitos pulsionais do olhar, da voz, dos rítmos que se inscrevem regulando as alternâncias de sono-vigília, fome-saciedade, tensão-relaxamento, atividade-passividade corporal. O IRDI (0-18 meses) e o AP3+ AI (3 a 6 anos) são instrumentos de acompanhamento da primeira infância que atrelam o desenvolvimento infantil às formações estruturantes do sujeito do inconsciente na infância. Por meio deles é possível detectar o que não vai bem, intervindo a tempo para favorecer a estruturação. Através de indicadores que convocam a uma leitura em contexto da produção do bebê e da pequena criança em relação com os outros, o IRDI e o AP3+AI transmitem transdisciplinarmente com seus indicadores contribuições psicanáliticas para todos aqueles profissionais (da saúde, da educação e da assistência) que compartilhem do paradigma de que as estruturas não estão decididas na infância, nem orgânica nem psiquicamente. Os bebês e as pequenas crianças em sofrimento psíquico têm padecido de uma exclusão das redes de atendimento por falta de visibilidade. Por isso torna-se decisivo um olhar e escuta atentos ao sofrimento psíquico nesse momento da vida que não deixem o tempo passar ou que precipitem psicodiagnósticos apressados em um desrespeito da condição própria da infância. Quando há um sofrimento psíquico na primeira infância é preciso detectar e intervir pois intervir a tempo pode mudar os rumos da estruturação. É desde este paradigma que trabalhamos na construção e transmissão desses instrumentos bem como na REDE-BEBÊ convidando participar todos aqueles colegas que quiserem compartilhar da sustentação da aposta na infância como um momento de estruturação.
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